Manuel Maria l’Hedois de Barbosa du Bocage
Sou o poeta Bocage, venho do café Nicola [...]
Natural de Setúbal e falecido no dia 21 de Dezembro de 1805, com 40 anos, Bocage é um dos mais populares autores da história da poesia portuguesa, depois de Luís de Camões.
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de faxa, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio e não pequeno;
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno:
Devoto incensador de mil deidades
(Digo de moças mil), num só momento,
Inimigo de hipócritas e frades;
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades,
Num dia, em que se achou cagando ao vento.
Leitura recomendada: Eis Bocage .... duzentos depois.
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