Wednesday, June 01, 2005

Debate sobre a Constituição Europeia

Acabou à pouco o debate na SIC Noticias, sobre a Constituição Europeia, no «Grande Plano» apresentado pela jornalista Conceição Lino, com José Pacheco Pereira, Jorge Miranda, Guilherme D'Oliveira Martins, Paulo Almeida Sande e Teresa de Sousa.
Fiquei a saber que existem "agendas" emcapotadas em ambos os lados, quer do "sim" quer do "não" e que é preciso proceder à sua descodificação prévia se não queremos ser manipulados e pretendermos o melhor entendimento dos argumentos a favor e contra.
Pareceu-me que a Teresa de Sousa foi mais clara e convincente na defesa do sim, levando alguma vantagem sobre o Pacheco Pereira na defesa do não e que o resultado final do debate, talvez por isso mesmo, foi mais "sim" que "não". Veremos amanhã os comentários dos especialistas na matéria.

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Desculpa eu discordar. Aquele debate descambou um pouco para a peixerada por causa da Teresa de Sousa.
Quer o Oliveira Martins quer o Paulo de Sousa (que eu não sei quem é) foram muito correctos. Mas a Teresa não. Teve mesmo o desplante de quase chamar ignorante ao Jorge Miranda o que me chocou.
Jorge Miranda deve ser um professor extraordinário, sempre gostei de o ouvir quando aparece na TV ou na rádio. Explica tudo muito bem e de uma forma que todos percebemos. Mas para a Teresa não, impediu que o ouvissemos.
Achei que esta senhora não tem estofo para debates.
Os argumentos do Pacheco pereira são muito convicentes, os do Jorge Miranda não sei, a teresa não os deixou ouvir.
Quanto aos defensores do "Sim" a tactica é a de despromover a Constituição, não tem nada de novo, e de ao mesmo tempo sublinhar a sua importância o que me parece contraditório.
E, também, tentar convencer-nos de que os nomes não significam nada.
A Constituição é só uma simplificação dos tratados, o chamar-se Constituição não significa nada (já agora, porque é que não lhe chamaram batata?). O Presidente é só um lugar representativo, sem poderes nem nada (então para que serve, qual a sua utilidade), o Ministro dos Negócios Estrangeiros só pode fazer o que for decidido por unanimidade (quer dizer, na altura da invasão do iraque tinha ficado caladinho, então para que serve?), o primado da Lei europeia há muito que foi estabelecido pela jurisprudência do Tribunal Europeu (Foi? não sabiamos? e com que direito?), etc., etc.
Resumindo, cada vez acho mais dificil aceitar uma coisa destas...

11:11 AM  
Blogger José Fernandes dos Santos said...

A comentar é que a gente se entende.
Apesar do estilo pouco amigável da Teresa de Sousa, acho até que é feitio próprio o seu ar sempre meio zangado, penso que procurou manter a discussão a nível político e tentou desvalorizar as intervenções de carácter juridico do professor Jorge Miranda, pessoa que muito aprecio.

Não há dúvida que algums pontos da Constituição não deviam lá estar e que esta proposta deveria ser apenas um primeiro draft, aberto a revisões futuras resultantes de negociações e de acordos possíveis, no caminho para a construção da Europa que todos pretendemos.

Apesar de concordar com muitos dos argumentos do JPP, temo que na prática, misturados no bolo do "não", acabem por ser usados como reforço dos elementos anti-Europa, criando uma situação que pode bloquear o avanço da construção europeia.
Espero bem que a vitória do "não" nalguns países sirva para corrigir apenas a trajectória e que não bloqueie o processo, conforme parece ser a vontade do Blair (e do seu amigo cowboy).

11:58 AM  

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