Referendo sobre a Constituição Europeia

Ainda a propósito da questão do referendo sobre a Constituição Europeia, e na sequência do meu post de 30-05-2005, questionando a dualidade de critérios usados por diferentes países, não resisto a transcrever parte do artigo de Jorge Fiel, no suplemento Economia & Internacional do Expresso de 10 de Junho 2005:

“O referendo é uma moda recente, importada de um pequeno país famoso pelos chocolates, relógios, canivetes e idiosincrisias (a neutralidade e rotatividade do Governo). Não integra o código genético da democracia representativa europeia. É estranho à gramática usada na construção da Europa.”

“Excepção feita a consultas sobre questões concretas (a do aborto é admissível), o referendo é uma arma demagógica, usada por líderes fracos e cobardes que se demitem das suas responsabilidades de decidir – apesar de estarem carecas de saber que os eleitores vão aproveitar a oportunidade para manifestarem os seus humores sobre as minudências do momento e não sobre a matéria acerca da qual estão realmente a ser questionados.
Convocar esta onda de referendos é um comportamento tão suicída, que – muito provavelmente e desta vez – dos fracos vai rezar a história.”

Que nem a propósito, ver os posts "Clube anti-referendário" de LN e VM no "Causa Nossa".